Ser quem somos

O difícil não é sermos nós mesmos, genuínos. O difícil é encaixar aquilo que somos numa sociedade cheia de padrões e ideias formadas. Em todo o lado somos obrigados a assumir determinados comportamentos de acordo com o que se espera de nós. A comunidade onde estamos inseridos espera de nós um certo tipo de atitudes que são consideradas normais. Tudo o que fugir a essa normalidade é olhado de lado, criticado, julgado. O medo, ainda que inconsciente, de não sermos aceites leva-nos muitas vezes a agir de uma maneira que nada tem a ver connosco. É preciso coragem para ser fiel a si mesmo num mundo repleto de expectativas. É-nos constantemente exigida adaptação a diversos meios. Para uns será mais fácil encarnar as personagens que lhes são impostas, mas para outros essa tarefa é dolorosa. Renegar aquilo que somos em virtude daquilo que os outros querem que sejamos é um esforço sobrehumano para algumas pessoas. E mostrarmo-nos genuínos pode levar à descriminação. Há quem nem consiga interpretar outro papel e aí é necessária força e amor próprio para lutar contra a maré e chegar a porto seguro apesar de todas as investidas alheias que nos acometem a cada instante nesta jornada que é a vida.

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